Em Portugal, na região do Alentejo, apenas uma hora e trinta de distância de Lisboa, encontram-se a jazida do denominado “Mármore Português de Estremoz” na geografia “Vila Viçosa – Borba – Estremoz” com uma extensão de 40km.
Formado no período do Paleozóico Superior (há aproximadamente 350-300 Ma) quando aquilo que hoje conhecemos como Portugal estava no meio de uma cadeia de montanhas resultante da colisão entre diversos blocos continentais, originando-se daí a Pangeia, período em que se pode dizer que Portugal e os EUA estavam unidos sem o gigante oceano Atlântico a separar-nos, dai haver também mármore no estado de Vermont. Devido às elevadas pressões e temperaturas existentes no interior da cadeia de montanhas, os calcários, formados em meio oceânico no Paleozóico Inferior (500-400 Ma), transformaram-se em mármores.
Os mármores portugueses da região “Vila Viçosa – Borba – Estremoz” representam uma das mais importantes jazidas de mármore a nível mundial, a mais importante da Península Ibérica, representando grande importância socioeconómica.
É conhecida através da arqueologia a exploração ativa, desde a época romana (século I a.C.) na geografia do “triângulo do mármore” no Alentejo.
Desde o século XIII até aos nossos dias, os mármores são historicamente utilizados em muitos edifícios, palácios, igrejas, castelos ou casas nobres, como também na escultura e no urbanismo, com enorme impacto entre as artes da cantaria.
Os mármores aqui explorados, destacam-se pela enorme variedade de policromia: brancos, cremes, rosas, vermelhos, cinzentos ou negros, venados ou vergados, bastante utilizados na arquitetura urbana e construtiva, como o exemplo dos utilizados no “PAC” em Nova York. O mármore português é utilizado nos Estados Unidos, desde o século XIX pela sua qualidade e policromia única.
No complexo do World Trade Center, está construído o Ronald O. Perelman Performing Arts Center ou “PAC”, foram utilizados mais de 5 000 ladrilhos de mármore extraídos em pedreiras de Portugal, criando um padrão único que define o edifício.
A Rota do Mármore AE / Portugal Marble Route, encontra-se localizada em Vila Viçosa no centro da exploração do mármore alentejano também conhecido pelo “Ouro Branco”, oferecendo aos visitantes verdadeiras experiências de turismo industrial e cultural.
Com a Rota do Mármore o visitante dispõe de trilho pedonal. “Roteiro da Paisagem à Arqueologia”. Uma viagem imperdível, onde o contato com a natureza e a paisagem, desperta para a sensibilidade dos sentidos, ouvir, cheirar e tocar o mármore.
A visita inicia-se nas instalações da Rota do Mármore, onde o visitante terá um primeiro contato com a história da indústria e o território geológico do mármore português. Depois terá a experiência de visitar três pontos da atividade do mármore: a extração, a transformação e a utilização do mármore. O contato com as pedreiras, de onde se extrai o “Ouro Branco”, de enormes crateras, numa “arquitetura invertida” nalguns casos com 150 metros de profundidade são extraídos blocos por potentes máquinas.
A visita segue pelas oficinas de transformação, onde os blocos de mármore são transformados em finas chapas, depois cortadas em mosaicos ou ladrilhos que polidos ou transformados noutras peças para a arquitetura, apreciados pela qualidade daquela pedra natural.
Não podia a visita terminar, sem o contato com as oficinas de canteiro, verdadeiros ateliês de escultura, onde a trabalho do canteiro sobre a pedra, mantêm a tradição de milhares de anos. Mestres do saber transmitido por familiares ou mestres próximos, os artesãos recriam arte digna dos mestres do Renascimento, actualizadas pela tecnologia dos tempos atuais.
Certamente uma das experiências mais autênticas e únicas que o Alentejo oferece!
Nuns dias de férias, apenas de fim-de-semana, numa escapadinha ou mesmo em trabalho, no Trilho da Paisagem à Arqueologia as palavras de ordem são tranquilidade, natureza, miradouros, mármore, segurança e o convidado de honra: o Turismo Industrial.
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